quarta-feira, 23 de abril de 2014

Por amor ao Brasil





No imenso tempo decorrido até o momento em que começo a escrever este texto, o Ser se construiu e, obviamente, continua se construindo. Tudo faz parte desta construção. Usando a ideia darwiniana, mesmo por ser mais aceita, não é difícil entender que, neste tempo decorrido, desenvolvemos intensamente as aptidões físicas, a intuição e o intelecto. Desenvolver o sentimento é um passo à frente da jornada. Equilibrar estes elementos pode significar um estado de felicidade, mas ainda é uma busca. A imensa disparidade humana, no presente, mostra o quanto é difícil este equilíbrio, a começar pelas próprias aptidões físicas. Sim, somos todos iguais. Temos todos os mesmos direitos e responsabilidades. Porém, não tem como viver dentro de um claustro de ingenuidade e pensar que todos vão se comportar da mesma maneira com o que têm nas mãos. Eu sei que muita gente pode pensar, e afirmar, que as pessoas se comportam de maneira diferente porque têm mais ou menos bens materiais, ou de condições propícias à felicidade. Não acredito que seja assim, e a prática tem mostrado isso. Ainda somos diferentes, embora sejamos iguais. No balanço entre aptidões físicas, instinto, intelecto, sentimento e consciência sobre as diferenças, reside a possibilidade do bem estar social coletivo.
O que vimos na Bahia recentemente, com a multiplicação impressionante da criminalidade quando a polícia não esteve nas ruas, mostra o quanto ainda o Ser não se compromete com o sentimento, principalmente o de bondade. Mostra que consegue se manter na linha por medo de ser castigado. Uma pena, mas é a realidade.
O que vemos no patamar do poder, político principalmente, e tão distante do patamar que a população em geral vive, tem muita semelhança. O uso particularizado do intelecto, sem o impulso natural do sentimento (principalmente o da bondade) leva o Ser a práticas egoísticas em primazia. O fisiologismo, o corporativismo, o domínio da construção e manipulação das leis, leva à corrupção, à drenagem dos bens públicos para fins escusos, ao não investimento em cidadania. Não há lei que os alcance e, como humanos do mesmo padrão evolutivo, se comprazem pelo fato de não serem punidos. Acabam sendo violentos, muito violentos.
Os pensadores de várias ideologias aplicam o intelecto em níveis elevados, e formulam doutrinas espetaculares em torno do bem coletivo, embora, na maioria das vezes, este coletivo não seja amplo. Porém, quando percebem que a teoria, tão brilhantemente concebida, não se desenvolve na prática, porque os seres humanos iguais são diferentes, forçam de baixo para cima a execução da ideia. Impõem-se leis. Impõe-se comportamento. Se a massa populacional não aceita, corre-se o risco de vários tipos de ditaduras, todas agressivas. Geralmente os pensadores não chegam a cargos de poder. Acredito que, se chegassem, poderia ser atenuado o mau uso de suas doutrinas. O que acontece na prática, é que os líderes que usam das ideologias formuladas, não têm mais que ninguém o equilíbrio entre os fatores evolutivos desenvolvidos: aptidão física, instinto, intelecto e sentimento. No patamar humano, são iguais nas diferenças, e, por isso mesmo, não sabem lidar com o poder. É histórico e facilmente detectado.
Chegará um dia em que estabeleceremos o padrão de igualdade. Mas engana-se muito quem pensa que a igualdade pode ser imposta de cima para baixo, ou mesmo de baixo para cima. Igualdade não se impõe de maneira nenhuma. Igualdade não existe enquanto os seres humanos não souberem respeitar profundamente as diferenças, os tempos e dificuldades de cada um. Igualdade só existe quando aptidão física, instinto, intelecto e sentimento estiverem equilibrados numa quantidade de pessoas tamanha, que a conseqüência seja líderes no mesmo patamar evolutivo.
Não estamos nesta situação? É evidente que não. Na verdade estamos longe, mas também é evidente que estamos no caminho. Basta ver as conquistas na atenção que se dá às diferenças de aptidão física no presente. Hoje temos jogos paraolímpicos. A maioria dos países está se preocupando com as limitações físicas nas ruas, no trabalho. Eu sei que é um pouco triste pensar que é uma atuação incipiente da humanidade, preocupando-se com o primeiro fator evolutivo da lista e deixando os outros ainda tão à deriva. Mas há que se reconhecer que esta preocupação advém do desenvolvimento do sentimento. Então virão outras. E outras.
E existe um caminho para que este equilíbrio seja alcançado mais rapidamente? Claro que existe. Precisamos pensar em coletividades mais avançadas no uso da cidadania e na aplicação dos direitos humanos para entender. Não foi apenas o desenvolvimento financeiro que levou alguns países a este avanço. Talvez o próprio desenvolvimento financeiro tenha vindo depois de se conseguir cidadania e equilíbrio de direitos. Quem veio realmente antes? E o que podemos copiar destes países e tentar implantar na nossa terrinha, que é tão grande? Justiça. O primeiro passo eficiente para o equilíbrio de uma nação é um código penal enxuto, justo, facilmente aplicável. Porque mesmo o Ser destes países ainda está no mesmo patamar evolutivo que o nosso, só que já aprendeu (e formou uma massa crítica significativa) a se comportar dentro da lei.
Exemplo prático: você pode andar de ônibus por Roma sem pagar passagem. Pode entrar em um ponto e sair em outros, e não pagar, porém, se for apanhado, a multa é altíssima. Se não pagar a multa, é processado. Se for processado, fica registrado na carteira de trabalho. Pouquíssimas pessoas arriscam, porque, de repente, 3 ou 4 fiscais entram no ônibus e verificam as passagens. O mesmo acontece nos trens. Simples, repetido, até se chegar na ordem, respeitando-se os direitos. Imagina se isso for implantado no Brasil!
As leis brasileiras são confusas. A justiça brasileira é cheia de brechas. A impunidade é notória. Os processos são lentos e nem ladrão de galinha tá ficando preso mais, porque não tem espaço nas cadeias. Países como a Holanda, por exemplo, estão transformando prisões em espaços públicos, pela falta de presos, tamanha é a conscientização popular em torno do cumprimento das leis.
A reforma no código penal brasileiro é fundamental, para que também se possa fazer uma reforma política coerente, em um segundo passo. E precisamos disso porque somos como filhos, que quando são deixados muito à vontade pelos pais se tornam infelizes e desajustados, porque não têm noção de limites, são inseguros e frágeis. Qualquer psicólogo pode confirmar isso. Somos ainda dependentes de controle, porque dentro do controle nos sentimos mais seguros e entendemos melhor os limites até aonde podemos ir, dentro do antigo e repetido conceito que diz que a minha liberdade vai até onde começa a liberdade do próximo.
Não adianta pensar que mudar os nomes de um governo, ou mudar de partido, vai significar alguma coisa segura no desenvolvimento do nosso país. Isso já aconteceu sem mudanças significativas. Não temos massa crítica equilibrada nos quatro fatores evolutivos que nos trouxeram até agora, para que possamos gerar naturalmente líderes comprometidos com a felicidade geral. E eu digo geral mesmo, não apenas do seu grupo ideológico.
Diante de tudo isso, não tenho nenhuma dúvida de que a palavra chave para chegarmos ao equilíbrio sócio econômico tão buscado, chama-se JUSTIÇA. Aptidão física, instinto, intelecto e sentimento, regido por leis simples e inteligíveis é o caminho mais curto para a estabilidade.
E o que tem isso a ver com o título do texto: por amor ao Brasil?

Tudo. 

terça-feira, 15 de abril de 2014

e a coragem da decência?

duas trincheiras formadas e os soldados nem sabem bem na qual ficam mais tempo... com as mãos sujas de lama e merda, (com o perdão das palavra), as armas comuns,  os dois lados se sujam, mas não se indignam, nem se enraivecem, tampouco se ferem de qualquer forma, pois sabem que a vitória virá sempre. 

por quanto tempo ainda viveremos a era da hipocrisia?


entendam que não estou levando em conta qualquer veracidade ou tendência política das fontes abaixo, mesmo porque, o problema é exatamente este: falta de veracidade e tendências políticas desonestas.



onde está a coragem de ser decente?