segunda-feira, 24 de março de 2014

meu voto vai pra quem?

Devido às minhas postagens, algumas pessoas podem julgar que sou contra o PT e que faço campanha para que ele perca as eleições para presidente. Gostaria de deixar claro que não sou contra o PT, mas também não sou a favor. Só que isso se dá em relação a todos os outros partidos políticos brasileiros. Não faço questão que este ou aquele ganhe, porque já faz um bom tempo que podemos somar todos e colocar no mesmo balaio. Fazem parte do mesmo Partidão, como venho chamando há alguns anos. Votei no Lula e esperei mudanças, mas o Lula precisou se aliar a gente muito mais forte que ele e gostou da brincadeira, então não fez as mudanças prometidas.

O que eu gostaria que acontecesse mesmo deriva para a área das mudanças estruturais. Não temos partidos fundamentados em ideologias sólidas (nem líquidas). A única ideologia dos nossos partidos é o conchavo, além do fisiologismo, do corporativismo, da corrupção.. é claro. Basta esperarmos um pouco e veremos conchavos estapafúrdios para as eleições deste ano. Então, se é tudo a mesma coisa, por que mudar de partido? Que diferença real vai fazer se não acontecerem mudanças efetivas no Governo e na governabilidade? Mudar o partido que está segurando as rédeas aqui, na patriazinha, não significa quase nada.

Vivemos uma democracia fantasiosa, a começar pelo voto que é imposto. Voto obrigatório é cacoete de ditadura, por mais que ditadura e voto não combinem, mas, no Brasil, até no voto, baluarte da democracia, conseguiram colocar cabresto. De resto, a nossa democracia fantasiosa passa por um povo de índole maravilhosa, mas que prefere fazer piadinhas sobre delitos do que se indignar com eles. Um povo que sofreu com mãos pesadas que o conduziu por tanto tempo e que, numa época não queria mudanças devido aos pequenos favores que recebia dos coronéis, ou dos padrinhos: uma carradinha de barro, uma caixinha de remédio, um carro pra levar pro hospital na cidade maior. Não queria mudar porque achava que poderia piorar. Depois viu que mudou e não piorou e, pra muita gente, até melhorou, porque os pequenos favores se institucionalizaram, passaram a ser registrados e com conta em banco. Não estou aqui desmerecendo o bem que os programas de assistência trazem, mas não posso deixar de entender que o governo pensa mesmo nos votos que eles geram, e não no bem estar. Se pensasse diferente, já teria dado continuidade na inclusão social dos segmentos alcançados. As manifestações de junho são uma prova evidente disso e, talvez, uma réstia de esperança de que a nossa democracia fantasiosa ainda pode mudar. Uma esperança de que a população, mesmo que ainda pobre em escolaridade e educação de uma maneira geral, não se entregue tão docemente à ditadura da mídia, geral ou partidária, e pense por conta própria. Principalmente, que entenda que o Poder já procurou caminhos para que os protestos não tenham nenhum mérito.  

É claro que o Poder (como é pensado aqui, principalmente) não tem interesse em educar. Os currais eleitorais só mudaram de perspectiva. O aporte do estado em educação é ridículo, e sempre foi. Direita e esquerda vivem de promessas, com palavras de ordem que se repetem a cada eleição, não só na educação, mas em todos os setores básicos. Então eu não quero apenas que a esquerda perca e a direita ganhe. Vice versa é a mesma coisa. Temos visto bilhões escorrerem pelos desvãos de uma copa do mundo, ou de contratos que foram assinados sem ler todo o texto, como é caso da Petrobrás na compra de Pasadena. Quantas Pasadenas já não devem ter acontecido? Que incapacidade gestacional! Mas já vimos também bilhões se dissolverem na “privataria” tucana, na corrupção muito mais bem organizada do PSDB, com o refinamento que o PT não tem. Vejam que citei apenas dois partidos, mas é a mesma coisa citar outros. O político é de um hoje, de outro amanhã, tanto faz. Todos perdemos com isso. Promessas repetidas não vão mudar nada nossa vida. Mas, então, o que eu quero de verdade?
Mudanças. Não promessas de mudanças. O cenário político brasileiro já virou piada mundo afora. Precisamos mudanças exatamente onde os que podem mudar ditam as leis e debocham miseravelmente do povo, mesmo que dependam dele. O primeiro passo é a reforma política, mas não uma reforma tola, mudando cadeira de lá pra cá e colocando a mesa encostada na parede. Reforma profunda, desde o número de políticos até o que eles ganham de salário e benesses extras, que saem todos do nosso bolso, passando pela fidelidade partidária e definição de idealismos.  O Planalto é o grande ladrão da represa, por onde escoa nossa esperança. Se lá não mudar, nada mais muda. Não melhora segurança, educação, saúde, transporte, estradas, portos... nada.

E como mudar lá? Votando em pessoas melhores do que as que já estão lá? Que piada! Pensar assim é desconhecer a história política dos povos. Dizer que o voto é a revolução pacífica que pode mudar o mundo é profunda ignorância de todas as revoluções que nos trouxeram até aqui. Todos os que chegam ao poder se locupletam com ele, independente se foi com sangue ou com voto: Robespierres, Stalins, Chaves, Fideis, FHCs, Lulas, e por aí vai. (Perdoe-me Mujica, espero que sua exceção se concretize)

Só que assim vão dizer que eu não vejo saída nenhuma. Bem, se eu não visse, nem estaria me oferecendo de vitrine aos radicais para me espicaçarem. Então, qual a solução que eu proponho?

Nenhuma. Não sou cientista político. O máximo que sei fazer é apontar os erros. A finalidade deste texto é deixar bem claro minha posição política, porque os trolls de esquerda só querem desmerecer qualquer coisa que quem usa seus neurônios e não seja conivente a eles escreva. Assim como deixei claro que sou classe média em um texto anterior e não vejo nenhum demérito nisso, muito pelo contrário. Então minha posição está mais do que nunca colocada. E que venham as pedras.

Ah! Em tempo. Embora o voto não consiga provocar as mudanças estruturais que precisamos (não com a nossa democracia de mentirinha ou com o sistema político vigente), ele é o único, mas o único mesmo, bem sobre o qual o político tem algum interesse (porque dinheiro eles sabem que vão levar de qualquer maneira). Então, pensem muito, mas muito mesmo, em como vão usá-lo. Eu, de minha parte, só volto a votar quando algum candidato apresentar um programa sério e aplicável para melhorar a educação no Brasil. Até lá, continuo não votando. Não aceito imposições de obrigatoriedade.


foto de http://mercurymagazine.net/absolutismo-e-democracia/

domingo, 9 de março de 2014

Quer emagrecer???



Uma experiência pessoal, pensando nos que querem perder peso.

Amanhã, 10 de março de 2014, faço aniversário de 1 ano de mudança no pensamento alimentar. Foi um dia depois da festa de aniversário da Bárbara Biscaro no ano passado que comecei um processo de conscientização para mudar.
Digo já aos que querem tentar: deixem as fantasias de lado. Não pensem que conseguem quando quiserem. Não pensem que basta começar a fazer exercício, que basta parar de comer isso ou aquilo. Não, não mesmo.
Eu já sou veterano em regimes, porque sofro com esse gene danado que me faz engordar, assim como muita gente. Já tinha perdido peso muitas outras vezes, porém, sempre com os malditos retornos e a sanfona da balança tocando incessante e desafinada. Foi por isso que pensei numa mudança mais profunda. Alguns diziam: você precisa cortar isso, cortar aquilo... você precisa fazer exercícios... tal dieta é ótima... não coma mais carne vermelha... não coma isso não coma aquilo. Bem, todos os fatores têm uma vírgula a acrescentar no texto, mas, o que servem mesmo para o contexto de cada um? Estas dicas ou orientações passam a ser insignificantes se você não se conscientizar de um fator preponderante, com certeza, o mais importante de todos: COMEMOS POR PRAZER, e é o danado do prazer que nos tira os limites.
Na verdade, precisamos bem menos do que estamos acostumados para mantermos nosso corpo saudável e foi este o ponto fundamental onde centralizei minha necessidade de mudança. Diminuí radicalmente todas as quantidades. É claro que reduzi ainda mais o vilão principal, o carboidrato. Pensam muito nas gorduras, que são mesmo abomináveis, mas os carboidratos estão muito mais presentes. Estampam-se sedutoramente em vitrines e pontuam nossos passos em quase todo lugar que vamos. São fáceis e quase irresistíveis quando chegamos em casa cansados e prontos para a infalível desculpa: ah! Hoje eu mereço! Então lá vai pra dentro pão, cucas, bolos, pizzas, massas brancas em geral, e açúcar. Foi aí o meu ponto principal. Foi aí que realmente mudei.
É claro que é preciso exercício físico. Eu corro sempre que posso, porque sempre gostei de correr. Faço meus anaeróbicos em casa com relativa freqüência. Porém, eu sempre fui de fazer exercícios, e muito, então não era esse o elemento principal. E digo mesmo que não é de ninguém, porque, na imensa maioria dos casos de quem não é atleta profissional, ou mesmo amador, mas que compete com freqüência, é impossível perder peso somente fazendo exercícios. Eu comecei com a dieta de Dukan, e ela é ótima. Fácil de encontrar no Google; fácil de ser seguida. Fui fiel a Dukan por 3 meses, depois me mantive eu comigo mesmo, num esquema de suco verde em jejum, logo depois café da manhã com pão integral (duas fatias) e queijo ou requeijão. Almoço com uma colher de arroz, uma de feijão, bastante salada e proteína (numa média de 400 gramas o prato). Até as 17 horas me permito frutas, ou mesmo um pouco de fruta quando chego em casa, mas nunca depois das 19 horas. Meu jantar? Normalmente não tenho jantar. Se a fome apertar demais, um pedaço de peixe, ou de frango, pequeno, uma salada leve, depois líquidos (no meu caso, abuso dos chás). Mas é importante pensar no tipo do líquido: água de coco tem carboidrato, além de muitos eletrólitos que causam retenção líquida, então tem que maneirar muito; suco de laranja é calórico; sucos de frutas em geral, somente até as 17 horas. Então os líquidos noturnos devem ser bem pensados, porque o malandro glutão vai querer colocar iogurte, leite, suco de laranja, água de coco, ou muitos outros sucos de caixinha, ou de soja. Por favor, cortem os industrializados ao máximo. Façam seus próprios alimentos ao máximo. E não adianta pensar que, porque mudou a alimentação tirando açúcar refinado e gordura, pode comer uma melancia, um abacaxi, duas mangas e quatro cachos de uva. Pô! Isso faz parte das fantasias. Sem se enganar que o tempo passa e o resultado não vem mesmo, e daí o desânimo bate.
Tudo o que falam os nutricionistas é importante, mas você não vai conseguir consumir tudo que falam que é bom. Se você fizer isso, vai virar um balão dietético. Troque a massa branca por integral, mas não coma um pão integral inteiro numa sentada. A oferta de alimentos sustenta o comércio e as indústrias alimentícia, de medicamentos e de defensivos agrícolas. Então a oferta vai ser muita e não só de alimentos evidentemente satânicos, mas também de dietéticos.
O prazer de comer combate nossas tensões, decepções, angústias, mas nos traz uma conseqüência bem pior, que é a sensação de derrota pessoal cada vez que a balança nos denuncia. Neste processo de um ano é claro que eu senti fome muitas e muitas vezes, mas a obstinação me levou a trocar o prazer de comer pelo prazer de ver o peso baixar. Tem uns que dizem pra não subir muito na balança, mas eu fiz o contrário, subia duas vezes por dia. Assim aprendi a ter um controle maior sobre o que comia e entendi o que me faz bem e mal. Sou apaixonado por vinho (e os mais chegados sabem o quanto), mas este néctar dos deuses me castiga. Então é uma ou duas taças no fim de semana. Achei importante me pesar muito. A balança me ajudou demais no processo e deixou de ser inimiga, porque passou a registrar minhas conquistas logo depois de uma batalha contra a vontade de comer. Acreditem, ela é uma fiscal precisa no registro de tudo o que você faz ou deixa de fazer quando o assunto é perder peso. Façam dela sua aliada.
Eu poderia escrever um texto muito mais longo e bem mais rico em detalhes, mas cairia no lugar comum das dietas. O que quero realmente é reforçar o que mais aprendi neste ano: o fundamental mesmo, indispensável mesmo, é entender que podemos viver com muito menos (mas coloca menos nisso!) do que comemos habitualmente. Foi assim na natureza, antes de aparecer a obesidade. Pensem nisso.
Ah! Antes que eu me esqueça. No dia 09 de março de 2013 eu estava com 109 kg. Hoje, um ano depois, estou com 91 kg. Eu sei que tem gente que emagrece bem mais em um ano, mas, no meu caso, tenho certeza que é para sempre. Para sempre. Pensem nisso também.