sábado, 16 de fevereiro de 2013
terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
O ÚLTIMO ABRAÇO DO TEMPO
e quando o tempo me der
seu último abraço
e eu sentir seus braços frios me
conduzindo os passos
vou lembrar do primeiro vento
que varre as folhas secas do outono
e deixarei que ele leve
solidões e lágrimas minhas
antes que a doce morte me beije a
face
e as solidões e lágrimas umedeçam
seu beijo
quero apenas lembrar da ternura de alguns abraços
e do riso distraído do meu filho
e das mãos que se soltaram das
minhas, tantas
suaves como uma manhã que chega
com brisas cheirando terra e mato,
e amor...
e foram, na estrada onde eu não
podia andar...
e vou buscar, com alguma alucinação
poética
mas com infalível calma
nos dias que rapidamente ficaram
distantes
os recados, os bilhetes, as
pequenas coisas do gostar
muitas fotos e acasos, tantos
acasos
que derramaram estrelas distraídas
em meu caminho
e direi a cada nome de mulher que
vi partir nesta estrada
que a amei como nenhum homem amaria
amei como um poeta em desalinho
por minutos ou na eternidade das
horas
e a todas pedirei que não me
esqueçam
quando a tarde encostar no ombro da
noite seu cansaço
que lembrem de mim que amei o dia e
a noite
o vento e a chuva que duplicava
cidades nas ruas
e seus beijos e seus sutis
esquecimentos
e suas lágrimas... que me
perdoem...
e vou partir, abrir no peito a
porta do encantamento
e deixar que dele fujam os sonhos
que não terminaram
ficaram pela metade
as vontades derramadas
as tristezas que escondi por serem
só minhas
as estrelas que brilham no peito
dos poetas
que nada valem
mas que me levarão em seu rastro de
alegria
colorindo a morte com delicados
tons de ironia
e me fazendo eterno
como tanto quis nos meus amores
sem nunca ter conseguido...
O que eu vi em São Paulo...
ninguém se olha... ninguém se vê... ninguém se encontra, consigo mesmo...
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sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
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