sexta-feira, 25 de novembro de 2011

a paz anda muito cara... mas ainda existe.




Calma! Ainda há lugar para ela, mesmo com o ambiente físico e psicológico das pessoas conturbado como anda. A população aumenta e o espaço diminui, então nos esbarramos mais, tem mais velhinhos andando lentos na calçada quando estamos com pressa; tem mais pessoas querendo chegar antes de você na fila, qualquer fila. Tem mais pessoas dividindo a fatia de remuneração que lhe cabe por seu trabalho. O mercado globalizado e capitalista é competitivo por natureza, precisa ser assim para existir e estamos inexoravelmente atrelados a ele, ao menos enquanto precisamos comprar, pagar, vender. As pessoas andam mais irritadas. Parece que qualquer motivo pequeno é o suficiente para que o dia estrague e, se estragarem o meu dia, eu estrago o dia dos outros, é justo. Calma! Ainda há lugar para paz. Mesmo com o governo instituído não nos devolvendo quase nenhuma cidadania pelo que pagamos (e como pagamos!) de impostos. Mesmo com tudo custando tão caro, quase sempre. O silêncio anda caro. Locais bonitos foram comprados por quem tem mais dinheiro, para alguns poucos usarem, ou, se permitem a nós usarmos, temos que pagar, e caro, obviamente. Quase tudo hoje em dia tem seu preço em moeda. O silêncio e o por do sol no mar está custando quase uma fortuna, daí a pessoa trabalha e trabalha e compete e corre e cansa e descobre que não pode pagar pelo silêncio e pelo por do sol bonito, ou aquele lugar que era de graça agora tem uma cerca de arame farpado no caminho. A pessoa se irrita, e tem que pagar o colégio, o plano de saúde, a vigilância privada, a seguridade privada e trocar o amortecedor que quebrou naquele maldito buraco na estrada... Calma! Calma porque as pessoas partem. É tão natural as pessoas partirem como pagarmos as contas. Ficamos tristes, mas é da vida, todos partiremos, mas na hora certa, não antecipe sua partida por bobagens. Ainda vão furar muito a fila na sua frente. Ainda vão lhe fechar no trânsito ou mesmo baterem na traseira do seu carro. Quem sabe não será você que vai bater na traseira de alguém? Ainda vão roubar alguma coisa valiosa de você, hoje em dia quase ninguém mais escapa disso (eu que o diga!). Você poderá ser vítima de crimes virtuais. Seu filho ou filha vai tirar notas baixas. Os problemas continuam e o valor que damos a eles tem uma tendência a aumentar, porque o círculo vicioso do mercado competitivo, da sociedade competitiva, nos leva a isso. Então, calma! Tudo se resolve. Se não resolver, o tempo atenua. Nesta época de Natal há uma energia ainda mais desarmônica circulando: a da ansiedade pelo fim de ano, pelo comprar presentes, pelo fazer a festa... mas o dinheiro anda curto... as pessoas se irritam e olham atravessado se você bobear, por nada, e podem xingar sem razão. Não responda. Não deixe seu ambiente psicológico poluído de irritação, porque sua mente vai responder no mesmo sentido e, de repente, você estará xingando alguém por bobagem, tratando mal quem partilha a vida com você, por bobagem. Calma! Muita calma, mesmo com o dinheiro faltando; mesmo com o chefe arrogante ou com o colega puxa-saco; mesmo com o filho desobediente ou a conta do banco negativa (opa! Nisso não tanta calma assim... resolve logo que na outra ponta um monstro pode lhe devorar rapidamente). Mesmo com a doença e com os remédios caros; se não há saída, confie na vida, é espantoso a capacidade dela de encontrar novos cominhos para nós. Sorria mais. Diga bom-dia! Não custa. Prepare seu ambiente para um natal mais calmo, sem tanta necessidade de ostentação material. Crie ao seu redor um ambiente psicofísico equilibrado, e o mundo, e as pessoas, tenderão a responder a você da mesma maneira. Não se irrite tanto, diminua a voltagem, o coração agradece... a mente, o corpo todo. Porque o ritmo desenfreado da vida ainda vai aumentar e ficará cada vez mais difícil acharmos um barranco de rio sem uma cerca; uma praia pouco movimentada onde se possa deixar o carro e encontrá-lo inteiro quando voltar; um restaurante bom, barato, silencioso e com pouca gente; pessoas educadas e éticas. E se o problema de hoje é insolucionável, insolucionado está. Lembre dos problemas insolucionáveis de alguns anos atrás e como eles estão agora. Terá surpresas. Calma! Olhe para o seu cantinho e veja que pode melhorar nele sem gastar muito. Desfrute do prazer de fazer coisas simples. Abrace a família, os amigos, faça com que todos sintam seu coração pulsando por eles. Isso vale muito mais que presentes caros. Cultive a paz interiormente, porque, do lado de fora, ela está cada vez mais cara e difícil de encontrar, mas dentro de nós não há porque instalarmos cercas. O preço dela somos nós que estipulamos. De preferência, que seja de graça. O mundo em que vive será melhor.





terça-feira, 15 de novembro de 2011

a janela e o tempo


Tenho aberto muitas janelas

Com o tempo

Tantas

Elas mudam, é claro

E o que vejo por elas muda, é claro

Tanto

e tanto

Não vejo mais meu pai me acenando

Quando vinha do trabalho

minha mãe podando as roseiras

Nem escuto a cantoria do homenzinho que limpava o jardim

Faz tempo

Tantas janelas

Não vejo a vizinha me procurando

Escondida atrás da cortinas

15 anos, 16...

Faz tempo

A memória fica

As imagens se apagam

Tantas e tantas

Mudaram, eu mudei

Onde foram as nuvens rápidas e o azul?

Onde foram meus filhos

Que brincavam no jardim?

Quem ainda baterá leve na veneziana

Na hora de sair?

Onde estão os pássaros pendurados nos fios

tantos fios e pipas

e hoje até escuto que logo não existirão mais

os fios (e as pipas)

As paisagens são outras todo dia

Já vi gramados e hortênsias

Já houve mar, prédios

e solidão

Tantas vezes

Mas sempre muda

Sempre eu mudo

Folhas que caem, outros poentes

Vontades que vão ficando, ou passam

O tempo passa

E quando penso em olhar ao contrário

Lá de fora para dentro

Vejo tanta coisa tão igual

Com maquiagens diferentes

Vejo principalmente

E às vezes tão somente

O grande problema humano tatuado em mim

Com cores fortes e recorrência:

A vontade

Tão grande vontade de ter

Bem maior que a possibilidade de ter

E sinto-me repentinamente vazio

Descubro que o baú da vida tem espaço demais sobrando

Porque sobrou vontade... muita vontade...

Corro pensar em ser

Mas antes fecho a janela

Deixo pra abrir outro dia

Pra pensar outro dia

Porque outro dia vem

O tempo passa

outras janelas

A vontade muda

E a maquiagem dela também...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

caminho...


Quando estamos perdidos, nem sempre queremos que alguém nos mostre o caminho, mas, se possível, que faça parte dele, nem que seja só um pouquinho...

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lula e o SUS



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me digam, por favor me respondam:


a campanha para dizer que é preconceito contra o Lula querer que ele faça o tratamento pelo SUS (por ele ter vindo de classe mais baixa) , vai conseguir encobrir a situação da saúde pública no Brasil?



é claro que ele tem direito a um bom tratamento, como qualquer ser humano... mas é isso mesmo:

COMO QUALQUER SER HUMANO!!!!



alguém tem realmente coragem de dizer que o que é aplicado na saúde no Brasil é suficiente? Alguém tem coragem de dizer que se a alcatéia política realmente trabalhasse e não nos roubasse tão descaradamente, sobraria mais dinheiro para aplicar na saúde?



Sim, eu queria que o Lula pudesse se tratar pelo SUS. Eu queria que Eu pudesse me tratar pelo SUS. Eu queria que VOCÊ pudesse se tratar pelo SUS, se não de tudo, pois estamos longe disso, mas ao menos do básico. Eu queria que QUALQUER BRASILEIRO não precisasse esperar meses por uma consulta; que os médicos, e todos os profissionais da saúde vinculados ao SUS, pudessem receber dignamente pelo trabalho... ah! Tanta coisa eu queria!



PRECONCEITO CONTRA O LULA???



VALHA-ME DEUS, QUE FALTA DE RESPEITO!! Não com o Lula, mas comigo, com você, com QUALQUER BRASILEIRO.

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terça-feira, 1 de novembro de 2011

AOS MORTOS... e seu dia...



Todos caminhamos para a despedida
Um dia seremos lembrança
Tomara
E que sejam a maioria boas
E que quando acharem pequenas coisas que foram nossas
Ou ouvirem palavras que costumávamos dizer
Ou relerem alguma coisa que deixamos escrito
Que possamos resgatar um sorriso perdido no tempo
talvez refletido numa lágrima...
(... que seja de saudade!)
E que falem das coisas que fizemos
Verdadeiras ou nem tanto
Que inventem
Mas falem
Tomara
Que pior seria o esquecimento
Um dia seremos lembrança
De risos e despedidas
E que os amigos verdadeiros nos lembrem
E também os não tão verdadeiros assim
Quando o sol avermelhar as tardes
Ou o vento cantar nossa saudade pelas madrugadas
Por que um dia seremos lembrança
Todos nós
Todos nós
Um dia seremos apenas lembrança